quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Eita chuva!

Puxa! Os dias estão bem corridinhos! Esse negócio de acordar cedinho todos os dias, trabalhar, fazer academia na hora do almoço, estudar um mestrado (que graças a Deus termina em 15 semanas!) e ainda por cima fazer aulas de literatura (uff!) não é para qualquer um. Ah, esqueci de anotar que sou eu quem limpo e lavo minha casa e ainda encontro um tempinho para namorar. Mas, a minha barriga continua no mesmo lugar. Sabe, eu achava que depois de 1 mês eu poderia ver algum resultado, mas nada visual ainda. Será que eu estava tão gorda assim? Bom... saberei com o tempo. De qualquer maneira não vou desistir dessa vida saudável que eu adotei.

Por falar em curso de literatura, na próxima aula vamos ler textos de Walter Benjamin, George Perec, Jorge Luis Borges, Carlos Gamerro e Beatriz Sarlo. Acho que vai ser super legal, porque é focado em diversas maneiras de olhar a cidade e como compreendê-la. Tenho muitas expectativas, primeiro porque adoro o tema, segundo porque eu sou estrangeira e tenho um olhar diferente do que é uma cidade e o que representa. Pelo menos eu vejo Buenos Aires e São Paulo de uma maneira diferente. E o terceiro motivo é que a literatura é uma ótima maneira de me fazer despegar do chão, da cidade, de tudo. E também estou aprendendo um pouco mais da Nouvelle Vague, ok, é sobre cinema, mas eu fiz o link pela temática. Gosto do frescor da idéia.
E por último. Li esse texto que gostei muito.

Deusas do cotidiano de Sérgio Vaz publicado no dia 10/03/2009 na página http://diplo.uol.com.br/2009-03,a2805 .

“De todos os hinos entoados em louvor às revoluções nos campos de batalhas, nenhum, por mais belo que seja, tem a força das canções de ninar cantada no colo das mães”

O nome dessas mulheres eu não sei, não lembro e nem preciso saber. São nomes comuns, em meio a tantos outros espalhados por esse chão duro chamado Brasil.

Mas a maioria delas eu conheço bem, são donas de um mesmo destino: as miseráveis que roubam remédios para aliviar as angústias dos filhos. É quando a pobreza não é dor, é angústia também. São as ladras de Victor Hugo.

Donas da insustentável leveza do ser, as infantes guerreiras enfrentam a lei da gravidade. Permanecem de pé ante aos dragões comedores de sonhos que escondem na gravidade da lei. Das trincheiras do ninho enfrentam moinhos de mós afiadas para protegerem a pança dos pequeninos. São as Quixotes de Miguel de Cervantes.

Místicas, não raro, estão sempre nuas em sentimentos. Quando precisam, cruas, esmolam com o corpo, e se postam à espera do punhal do prazer que cravam no seu ventre.

É quando o prazer humilha. São as habitantes do inferno de Dante. Rainhas de castelos de madeiras, sustentam os filhos como príncipes, e os protegem da fome, do frio, e da vida dura e cruel que insiste em bater na porta das mulheres de panela vazia.Quanto aos reis, também são os mesmos: os covardes dos vinhos da ira.

Mágicas, esses anjos se transformam em rochas, quando a vida pede grão de areia.

Em flores quando rastejam e espinhos quando protegem.

Essas mulheres são aquelas que limpam tapetes, mas não admitem serem pisadas.

São domésticas, mas não admitem serem domesticadas.

Sim, são as deusas do dia a dia.

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